O meu trisavô na Grande Guerra
O meu trisavô José Camilo nasceu, em 8 de Outubro de 1892, na freguesia de Escalos de Baixo. Embarcou para França, no ano de 1916, como soldado de Artilharia N.º 8.
O meu trisavô contava que tinha admirado muito a viagem de barco para a França e o que mais o surpreendeu foi a chegada, quando se deparou com imensos chineses a vender chá, algo que em Portugal ainda não era conhecido.
Primeiro ficou na cidade de Brest e servia o exército como cozinheiro.
No dia 9 de Abril de 1917, os alemães atacaram a França, em grande, desmoralizando muito os homens do exército Aliado.
Como o meu trisavô era cozinheiro, para levantar a moral dos soldados, lembrou-se de cozer uma saca de favas secas que havia de reserva e cozeu-as para grande satisfação dos soldados.
Passado algum tempo, ficou muito doente e sem assistência médica. Os seus colegas enfiaram-no dentro de um barracão, deitaram-no numa manjedoura e iam-lhe levando comida e bebida, até que melhorou.
Adriana Lopes
O meu trisavô José Camilo nasceu, em 8 de Outubro de 1892, na freguesia de Escalos de Baixo. Embarcou para França, no ano de 1916, como soldado de Artilharia N.º 8.
O meu trisavô contava que tinha admirado muito a viagem de barco para a França e o que mais o surpreendeu foi a chegada, quando se deparou com imensos chineses a vender chá, algo que em Portugal ainda não era conhecido.
Primeiro ficou na cidade de Brest e servia o exército como cozinheiro.
No dia 9 de Abril de 1917, os alemães atacaram a França, em grande, desmoralizando muito os homens do exército Aliado.
Como o meu trisavô era cozinheiro, para levantar a moral dos soldados, lembrou-se de cozer uma saca de favas secas que havia de reserva e cozeu-as para grande satisfação dos soldados.
Passado algum tempo, ficou muito doente e sem assistência médica. Os seus colegas enfiaram-no dentro de um barracão, deitaram-no numa manjedoura e iam-lhe levando comida e bebida, até que melhorou.
Uma das suas histórias favoritas que ele contava era sobre um dia em que umas senhoras pediram ao comandante para mandar um soldado com uma carroça buscar carvão a umas minas distantes. O soldado escolhido foi o meu trisavô.
Essas benditas senhoras, quando ele chegou, já de noite, tinham cozido uma galinha e ofereceram-lhe uma tigela desse caldo, ficando-lhe na memória como sendo a melhor refeição que tomou na guerra.
Passou muito tempo nas trincheiras, onde tinham de lutar contra o frio, a chuva, a falta de comida e bebida e as imensas pragas de piolhos.
A França acabou por ganhar à Alemanha e, em 1918, acabou a guerra e os alemães tiveram que aceitar as condições impostas pela França, assinando o Armistício.
O meu trisavô José Camilo voltou para Portugal no mesmo barco que o levara. Vinha stressado e com alguns medos, mas com imensas amizades no seu coração. Viveu uma boa vida, falecendo com 99 anos de idade.
Esta história foi-me contada pelo seu filho e meu bisavô Manuel Camilo, de 85 anos.
Essas benditas senhoras, quando ele chegou, já de noite, tinham cozido uma galinha e ofereceram-lhe uma tigela desse caldo, ficando-lhe na memória como sendo a melhor refeição que tomou na guerra.
Passou muito tempo nas trincheiras, onde tinham de lutar contra o frio, a chuva, a falta de comida e bebida e as imensas pragas de piolhos.
A França acabou por ganhar à Alemanha e, em 1918, acabou a guerra e os alemães tiveram que aceitar as condições impostas pela França, assinando o Armistício.
O meu trisavô José Camilo voltou para Portugal no mesmo barco que o levara. Vinha stressado e com alguns medos, mas com imensas amizades no seu coração. Viveu uma boa vida, falecendo com 99 anos de idade.
Esta história foi-me contada pelo seu filho e meu bisavô Manuel Camilo, de 85 anos.
Adriana Lopes
